USDA vê exportações agrícolas menores em 2016, importações recordes
O Departamento de Agricultura dos EUA prevê exportações agrícolas em 2016 em $125 bilhões, $6,5 bilhões abaixo da projeção de novembro e $14,7 bilhões abaixo das exportações de 2015. Preços mais baixos, forte concorrência e demanda reduzida são responsáveis pela maior parte do declínio, USDA disse.
As importações agrícolas dos EUA estão previstas em um recorde de $118,5 bilhões, queda de $3,5 bilhões em relação a novembro, mas $4,5 bilhões acima de 2015.
O USDA disse que um dólar forte em relação às moedas mais fracas no Brasil e na Argentina reduziu a competitividade dos EUA. A agência prevê exportações de grãos e ração em $27,2 bilhões, queda de $1,4 bilhão em relação à previsão de novembro, já que a forte concorrência reduz os volumes e os amplos suprimentos globais reduzem os valores unitários de milho e trigo. As exportações de oleaginosas e produtos são previstas em $25,4 bilhões, queda de $900 milhões em relação à previsão anterior em resposta aos menores volumes e preços de exportação de soja e farelo de soja. As exportações de algodão são previstas em $3,2 bilhões, inalteradas em relação a novembro. A previsão para gado, aves e laticínios é reduzida em $2,5 bilhões em relação à previsão anterior para $25,7 bilhões, já que preços mais baixos impulsionam declínios para praticamente todos os produtos. As exportações de horticultura caíram $1,8 bilhões, mas permaneceram em um recorde de $34,7 bilhões, principalmente devido aos menores volumes e preços unitários de muitas commodities (uma combinação que não afeta as exportações desde 2009).
“Apesar das taxas de crescimento mais lentas em muitos países em desenvolvimento, espera-se um crescimento mundial maior de 3,1% em 2016. O crescimento dos países em desenvolvimento em 2015 é estimado em 3,8% e espera-se que seja de 4,1% em 2016. Este é um crescimento robusto, mas é uma desaceleração significativa em comparação com a taxa média de crescimento de 6,2% na década anterior”, de acordo com o USDA.
Além disso, o USDA disse que a recessão no Brasil em 2015 deve persistir, se não se aprofundar, em 2016. “O Brasil está enfrentando uma grave crise orçamentária, pois suas políticas atuais são inacessíveis em um ambiente de preços baixos de commodities e condições difíceis de empréstimos. Espera-se que o real continue enfraquecendo, à medida que as condições econômicas brasileiras se deterioram ainda mais, apesar da intervenção esperada para dar suporte ao seu valor. O Brasil e a Argentina são dois dos concorrentes mais próximos dos Estados Unidos nos mercados agrícolas globais, e o declínio no valor de suas moedas aumenta sua competitividade nas exportações. No entanto, isso também implica em custos de produção mais altos, pois o custo dos insumos importados também aumenta”, disse a agência.
Fonte: USDA