Lucros da ADM disparam; investirá na cana-de-açúcar do Brasil
As colheitas atrasadas nos EUA resultaram em estoques limitados de safra, permitindo que a ADM vendesse soja a preços mais altos. A soja atingiu um recorde em julho, e os estoques dos EUA atingiram uma baixa de quatro anos em 1º de setembro, totalizando 205 milhões de bushels, queda de 64% em relação ao ano anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O USDA também disse que o excedente é o menor desde a reserva de 112 milhões de bushels de 2004 e o segundo menor desde 1977.
As vendas da ADM ganharam 65% para $21,2 bilhões, com o lucro líquido mais que dobrando para US $1,05 bilhão sobre $441 milhões um ano antes. O lucro da unidade de serviços agrícolas, que armazena e transporta grãos, aumentou 87% para $428 milhões por causa de "oportunidades criadas pela volatilidade do mercado, mudanças globais nas fontes de suprimentos de grãos e a colheita atrasada nos EUA", disse a empresa.
A ADM declarou que investirá $375 milhões nos próximos sete anos como parte de um empreendimento de $500 milhões com o Grupo Cabrera para aumentar a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. Cada uma das duas plantas incluirá uma plantação de cana-de-açúcar, uma usina de açúcar, uma destilaria de etanol e uma planta de cogeração de biomassa. Espera-se que as plantas produzam até 90 milhões de galões de etanol por ano.
“As duas plantas, que são esse investimento brasileiro, produzirão etanol para consumo brasileiro”, disse a presidente e CEO da ADM, Patricia Woertz, em uma teleconferência com analistas. Ela disse que uma tarifa dos EUA de 54 centavos por galão, que visa proteger os produtores de importações baratas, torna financeiramente inviável enviar etanol produzido no exterior para os mercados domésticos por enquanto. “Em algum momento, talvez a tarifa seja reduzida”, disse Woertz. “Nosso investimento no Brasil continua a reforçar que sentimos que os biocombustíveis têm um lugar no portfólio agrícola em diferentes regiões do mundo.”