Brasil dita o ritmo para produtos biológicos em culturas em linha
“O crescimento dos produtos biológicos no Brasil está explodindo”, disse Mark Trimmer, sócio-gerente da empresa de pesquisa biológica Aparador de Dunham, conta Agronegócio Global em uma entrevista no final de maio. “Eles parecem ser o primeiro país que realmente resolveu o desafio de encontrar maneiras de usar produtos biológicos em grandes quantidades em culturas em linha.”
Trimmer observa que o crescimento nos Estados Unidos “está na faixa de 2 a 3 vezes maior para produtos biológicos do que para proteção de cultivos tradicionais, e o Brasil está pelo menos duas vezes maior”.
Em parte impulsionando a expansão, que ele diz ter começado a ser lançada há dois ou três anos, está a política governamental que implementou sistemas de financiamento, tornando mais fácil para empresas iniciantes financiarem uma planta de fabricação. O clima subtropical e as estações de cultivo mais longas também aceleraram o caminho para a adoção em culturas em linha.
“Claramente, acho que haverá lições ali que talvez algumas empresas consigam transferir do Brasil para outros países”, disse Trimmer.
Os inseticidas representam 41% dos produtos biológicos no país, seguidos pelos nematicidas (35%) e fungicidas (24%), com produtos específicos para nematoides atingindo uma área superior a 5 milhões de hectares, segundo pesquisa da Spark.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, 95 novos pesticidas para controle biológico e orgânico foram registrados somente em 2020, gerando uma receita de $307 milhões. A Europa e a América do Norte lideram o mercado biológico, mas o Brasil está se movendo na direção certa para ser um líder, pois demonstra menores custos de produção e à medida que a adoção de práticas agrícolas sustentáveis aumenta na região, escreve Deepesh Bista, da Lux Research.
“O sucesso recente dos biológicos no Brasil se deve ao seu sistema de extensão bem estabelecido e menos barreiras regulatórias para empresas estrangeiras. A necessidade de insumos alternativos na agricultura expandirá o uso de biológicos, e o Brasil apresenta aos clientes um modelo para oportunidades de crescimento em escala”, explica Bista.
Grande player no mercado brasileiro de produtos biológicos, empresa holandesa Cobre assinou um acordo financeiro no ano passado com o Rabobank no valor aproximado de $10 milhões para aumentar a capacidade de produção da Koppert na cidade paulista de Charqueada, onde concentra sua produção de produtos macrobiológicos para a agricultura.
Adquiriu também a empresa brasileira de controle biológico, BUG Agentes Biológicos, fortalecendo sua posição no mercado de proteção macrobiológica de cultivos na América Latina. A BUG é pioneira em controle biológico no Brasil e é reconhecida internacionalmente por seu trabalho inovador com vespas Trichogramma galloi, utilizadas em mais de 400.000 hectares em cana-de-açúcar.
No lado dos inseticidas convencionais, o acefato e as classes de piretróides e neonicotinoides são os três principais tipos de produtos usados no país.
ADAMA tem todos os três em seu portfólio e, embora a disponibilidade e os preços do glifosato tenham sido muito mais afetados por problemas na cadeia de suprimentos, os inseticidas ainda estão custando aos compradores aproximadamente 15% a mais no Brasil devido aos grandes picos nos preços do frete e do petróleo, diz Alexandre Pires, chefe de marketing da ADAMA no Brasil.
Para ajudar os produtores a combater os crescentes problemas de resistência e diversificar o manejo de pragas difíceis, como lagartas, percevejos e cigarrinhas - estas últimas atingiram as plantações de milho no país com mais força do que o normal no ano passado - a ADAMA lançou seu biosoluções plataforma em 2020. A empresa tem três produtos biológicos, incluindo um bioinseticida, no Brasil até o momento e pretende atingir $100 milhões em vendas para a plataforma nos próximos anos.
“O que o fazendeiro está procurando é uma estratégia combinada – integrando diferentes ferramentas para ajudá-lo a produzir mais”, diz Pires, observando que, no Brasil, uma legislação rigorosa contribui para a proteção do meio ambiente. “Nos últimos cinco anos, os rendimentos aumentaram mais do que a área cultivada, pois eles simplesmente não conseguem abrir mais área (para cultivo). Eles estão tentando o tempo todo aumentar os rendimentos.