CEO da BioConsortia, Marcus Meadows-Smith, fala sobre expansão para o Brasil e lançamento de produtos biológicos para culturas em linha

Agronegócio Global conversou recentemente com Marcus Meadows-Smith, CEO da BioConsórcios, sobre a empresa expansão para o Brasil. Esforços de registro foram iniciados para vários produtos aplicados em sementes, incluindo um fungicida que tem como alvo patógenos do início da temporada, como rhizoctonia e pythium, bem como um nematicida de amplo espectro que também mostra atividade contra insetos importantes do solo, como a lagarta da raiz do milho e a lagarta-arame. Meadows-Smith também discutiu o lançamento de novos produtos nos EUA

ABG: Produtores brasileiros estão usando produtos de biocontrole em plantações em linha. Isso o atraiu para aquele país?

MMS: Sim, estamos prestes a lançar nos EUA uma série de produtos transformacionais e, incomumente, dentro do espaço biológico, a maioria dos nossos produtos são focados em culturas em linha. Quando o mercado brasileiro começou a se abrir para culturas em linha, especificamente em milho e trigo, decidimos que esse é um mercado em que precisamos estar. Já temos ótimos dados de rendimento e eficácia dessas duas culturas nos EUA, agora é uma questão de demonstrar, replicar esses níveis de aumento de rendimento e eficácia no Brasil e, então, concluir o processo de registro.

ABG: Há quanto tempo seus estudos de campo acontecem nos EUA?

MMS: Estamos no último ano de testes de campo. Queríamos ter certeza de que teríamos três anos de nossos próprios testes de campo antes de levar os produtos ao mercado. Nos últimos três anos, tivemos inundações, secas e temperaturas extremas. Realmente colocamos nossos produtos à prova. Eles demonstraram grande aumento de rendimento e boa eficácia em culturas em linha. Agora estamos confiantes para prosseguir com esses lançamentos de produtos nos EUA. Decidimos que também era hora de expandir e acelerar o desenvolvimento no Brasil.

Principais artigos
Syngenta anuncia marcas foliares para o portfólio de controle de insetos sazonais nos EUA

Está com dificuldades para visualizar este vídeo? Clique aqui.

ABG: Quantos produtos vocês planejam trazer para o Brasil?

MMS: Os produtos mais importantes para o Brasil serão, na verdade, nossos micróbios fixadores de nitrogênio que podemos colocar como um tratamento de sementes. Seremos a primeira empresa a lançar um tratamento de sementes robusto fixador de nitrogênio que tem 18 meses de vida na semente no milho. Particularmente para o milho, onde os produtores e as empresas de sementes podem manter a semente de ano para ano, essa vida de 18 meses na semente é importante.

O produtor pode reduzir o nitrogênio e ainda obter o mesmo nível de rendimento do campo de milho, soja ou trigo, ou pode fornecer nitrogênio incremental à planta durante a estação de crescimento. O produtor pode realmente ver um aumento nos rendimentos além do que normalmente consideraria um regime de fertilizante completo.

O outro produto importante será o tratamento de sementes com nematicidas e inseticidas. Para milho e soja, demonstramos que podemos controlar nematoides nessas culturas. À medida que os produtores os controlam, isso leva a maiores rendimentos, o que é uma das principais medidas de um bom nematicida. Estamos apenas começando a obter dados nos EUA mostrando que também controlamos pragas de insetos nessas culturas.

ABG: Como vocês farão seus produtos chegarem aos produtores brasileiros?

MMS: Faremos testes com pesquisadores contratados, produtores e, mais importante, com nossos parceiros no Brasil. Por exemplo, para micróbios fixadores de nitrogênio, já nomeamos a Mosaic como nossa parceira. Estaremos apoiando seus testes de campo, demonstração e produtores com os nematócitos e os fungicidas. Temos várias empresas testando nossos produtos em uma base não exclusiva até nomearmos nosso parceiro escolhido. Somos muito uma empresa de P&D. Mesmo nos EUA, não vamos diretamente ao mercado. Sempre escolhemos passar por um parceiro que tenha equipes de vendas e marketing no local.

Está com dificuldades para visualizar este vídeo? Clique aqui.

ABG: O feedback e as necessidades dos produtores brasileiros inspirarão novos produtos da BioConsortia?

MMS: Como a fixação de nitrogênio não é específica do país, e mais ligada à cultura, pesquisamos os micróbios que colonizam milho, trigo e soja. Concentramos nosso trabalho nas principais culturas que estamos buscando no Brasil.

No entanto, do campo brasileiro, haverá um ciclo de feedback para garantir que trazemos os melhores produtos para tratar pragas. Temos nematócitos de classe mundial em nosso pipeline. Vamos testá-los para ver quais controlam melhor as pragas que encontramos no Brasil.

ABG: Vocês estão recebendo apoio do governo brasileiro no que diz respeito ao aumento do acesso dos produtores a fertilizantes?

MMS: Os produtores brasileiros viram o custo do fertilizante aumentar, por causa da guerra e dos problemas de fornecimento em 2022-2023. Mas mesmo quando os preços dos fertilizantes estão baixos, ainda acho que os produtores estão se perguntando se há uma maneira mais econômica e sustentável? E para ser honesto, nós verificamos todas as caixas para ser mais sustentáveis e fornecer amônia para o crescimento das plantas onde e quando for necessário por meio do sistema de cultivo. Estamos vendo muito apoio de produtores, empresas de fertilizantes, governos e ONGs. O fertilizante de nitrogênio sintético representa algo entre 2% a 4% de todos os gases de efeito estufa globais. Essas soluções microbianas serão transformadoras e benéficas para o meio ambiente. Elas serão fáceis de usar para o produtor e fornecerão o que ele precisa para o crescimento das plantas e aumento da produtividade.

Ocultar imagem