Produtos biológicos podem preencher a lacuna dos herbicidas?

O controlo de plantas daninhas é um aspecto crucial dos sistemas globais de produção alimentar, escreve Roma Gwynn em uma edição recente da Agronegócio Global DIRETO. Entretanto, a eficácia dos herbicidas químicos convencionais tem sido limitada devido ao desenvolvimento de mecanismos de resistência em ervas daninhas.

Com apenas um novo modo de ação de herbicida (MoA) registrado desde meados da década de 1980, a introdução de novos herbicidas químicos levará anos. Mesmo com novas opções, os mesmos problemas de resistência provavelmente ocorrerão. Para combater problemas de resistência e reduzir os níveis máximos de resíduos nas plantações, as empresas químicas estão diversificando seus portfólios para oferecer produtos biorracionais. Os biorracionais têm um forte potencial de crescimento, com previsões de mercado prevendo uma taxa de crescimento composta de pelo menos 12%.

Uma pesquisa recente da International Biocontrol Manufacturers Association (IBMA) revelou que 129 novos produtos de biocontrole estão planejados para serem submetidos à União Europeia até 2028, potencialmente protegendo 28 milhões de hectares de plantações. No entanto, os bioherbicidas atualmente têm uma pequena fatia de mercado em comparação aos bioinseticidas e biofungicidas.

Apesar da participação limitada no mercado, houve um progresso significativo no desenvolvimento de bioherbicidas. Mais de 250 substâncias bioherbicidas foram investigadas, com mais de 45 patentes depositadas e produtos registrados. A simplificação do registro para biorracionais também está em andamento. Na Europa, a Comissão Europeia se comprometeu com iniciativas positivas, como solicitar dados com base na necessidade de saber, fornecer registro provisório uma vez avaliado e alterar regulamentações sobre microrganismos. Outras regiões, como Brasil, Estados Unidos e Canadá, estabeleceram rotas para que substâncias biorracionais sejam registradas.

Avanços na fabricação, formulação, armazenamento e aplicação melhoraram a eficácia dos bioherbicidas. Enquanto a maioria dos bioherbicidas originais eram organismos fúngicos, o desenvolvimento de biorracionais permite especificidade no direcionamento de ervas daninhas problemáticas ou controle de amplo espectro. A estabilidade de armazenamento também melhorou, com a capacidade de produzir micróbios em estruturas resistentes e formulá-los em produtos que se encaixam em programas de pulverização agrícola existentes. Formulações de liberação lenta foram desenvolvidas para aumentar a eficácia e reduzir o número de aplicações necessárias para o manejo de ervas daninhas.

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Além disso, os avanços na agricultura de precisão, genômica, tecnologias digitais e inteligência artificial tiveram um impacto significativo no setor biorracional. Por exemplo, a tecnologia de pulverização de volume ultrabaixo permite a entrega precisa de produtos bioherbicidas microbianos vivos.

A oportunidade de mercado para bioherbicidas é evidente, e a agricultura sustentável requer opções biorracionais. Novas tecnologias com potencial foram identificadas e aguardam investimento. Com a diversificação dos portfólios das empresas químicas e a simplificação dos processos de registro, espera-se que o mercado de bioherbicidas cresça e contribua para o manejo eficaz de ervas daninhas em sistemas globais de produção de alimentos.

Saiba mais sobre como produtos biológicos pode fazer a diferença.

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