Glifosato ainda ameaçado no Brasil – Relatório

Um novo Relatório do Rabobank diz que a ameaça de suspensão do glifosato no Brasil permanece e que os agricultores enfrentarão custos mais altos se forem forçados a adquirir herbicidas substitutos.

Em agosto, um juiz brasileiro ordenou a suspensão da venda e do uso do glifosato até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária conclua uma reavaliação de toxicidade. A liminar foi derrubado em setembro, mas os proponentes da proibição do glifosato ainda podem apelar dessa decisão. Se o julgamento permanecer em vigor, a cadeia da soja pode enfrentar dificuldades no controle de infestações de ervas daninhas na próxima safra, devido à alta dependência desse produto, diz o relatório.

O Rabobank espera um pequeno impacto no ritmo de expansão da área de soja do Brasil para a próxima temporada. Isso reduzirá ligeiramente o potencial de produção. Embora os plantios de campos existentes não sejam cortados, os rendimentos ainda podem ser impactados negativamente se houver falta de herbicidas alternativos.

“Se a suspensão do glifosato continuar, os agricultores terão que voltar ao mercado e obter substitutos para esse ingrediente ativo – uma alternativa é uma cesta de herbicidas usada em áreas convencionais de soja. Isso pode aumentar os gastos dos agricultores com herbicidas em cerca de 80%, a preços atuais, ou $30/ha. No entanto, o aumento nos custos pode ser muito maior porque a demanda adicional aumentará os preços de outros herbicidas”, diz o relatório.

O Brasil começará o plantio da temporada 2018/19 em meados de setembro e o Rabobank espera que a área plantada de soja brasileira alcance 36,7 milhões de hectares, acima dos 35,1 milhões de hectares da temporada passada. Esse aumento potencial na área foi impulsionado por boas expectativas de margem, dados os maiores prêmios de exportação e a desvalorização do BRL.

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“Não podemos ignorar o cenário em que os agricultores não conseguem usar o glifosato e não conseguem encontrar produtos substitutos suficientes no mercado. A redução na demanda pelos substitutos durante as últimas décadas afetou a produção e o nível atual dos estoques não conseguiu atender às expectativas de demanda. Isso significa que a proibição pode causar perdas imprevisíveis na produtividade da soja, no tamanho total da safra brasileira e em perdas incontáveis para toda a cadeia”, de acordo com o relatório.

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