Produção e comércio global de milho devem aumentar na próxima década
De acordo com um relatório recente do Rabobank, o consumo global de milho deve aumentar 25% nos próximos 10 anos. Espera-se que o comércio global de milho mostre um crescimento ainda mais forte, impulsionado pelo crescimento da produção de proteína animal, tensões geopolíticas e escassez de milho resultante de clima adverso e restrições em ganhos de área e rendimento. Portanto, os volumes exportados dos principais produtores de milho também devem aumentar. Brasil, Argentina, Ucrânia e EUA serão os mais beneficiados com esse aumento no crescimento global, pois todos têm mais potencial de produção, e o Brasil está bem posicionado para assumir a liderança.
“Durante a próxima década, a América do Sul assumirá a liderança no crescimento da área de milho, enquanto os rendimentos desempenharão um papel importante no crescimento da produção de milho dos EUA e da Ucrânia até 2030”, diz Marcela Marini, Analista Sênior – Grãos e Oleaginosas do Rabobank.
“Disponibilidade de área, potencial de rendimento, margens financeiras e infraestrutura para entregar milho aos países importadores serão os principais impulsionadores do crescimento do milho entre esses participantes”, explica Marini. “Estimamos que a produção de milho nos quatro principais países exportadores aumentará em 159 milhões de toneladas métricas para atingir 682 milhões de toneladas métricas até 2030.”
O Brasil Liderará o Crescimento
O Brasil assumirá a liderança na produção de milho e no crescimento das exportações nos próximos dez anos. O uso duplo da terra, com uma safra de soja e uma safra de milho safrinha colhidas em um período de doze meses no mesmo campo, permite que a área de safrinha aumente com base na área de soja estabelecida sem a necessidade de expansão exclusivamente para o plantio de milho. Isso dá à produção brasileira de milho boas margens financeiras e um valor exclusivamente sustentável.
A produção sustentável será fundamental
Disponibilidade de área, crescimento de produtividade e resultados financeiros serão os principais impulsionadores para garantir que a produção de milho no Brasil, Argentina, EUA e Ucrânia alcance 682 milhões de toneladas métricas até 2030, um ganho de 159 milhões de toneladas métricas em comparação com 2020/21. No entanto, a sustentabilidade será um tópico-chave para os principais destinos do milho, exigindo mudanças nas práticas nas fazendas e na cadeia de suprimentos e impactando a competitividade do milho na próxima década.
A produção sustentável será acompanhada de perto por destinos importantes e até mesmo por algumas empresas privadas que se comprometeram a não adquirir grãos ou oleaginosas de áreas recentemente desmatadas para garantir uma produção de milho mais sustentável. “Novas práticas e até certificações que poderiam ser replicadas para o milho serão exigidas pelos destinos, e os agricultores e a cadeia de suprimentos de milho serão pressionados a adotar rapidamente novas práticas que podem mudar a dinâmica do mercado de milho e a competitividade no futuro”, conclui Marini. A rastreabilidade e as garantias de que um produto foi produzido de forma sustentável podem até mesmo mudar a dinâmica de preços em commodities nos próximos anos.