Concorrência genérica pressiona margens na Nicarágua

img-20161101-wa004Jens Schenck, do Grupo Agrosol SA, compartilha insights sobre o mercado de proteção de cultivos da América Central, incluindo oportunidades e desafios na Nicarágua.

P: Como está o mercado nicaraguense este ano? E em comparação com outros mercados na América Central? Quais desafios vocês estão enfrentando?

Jens Schenck: Após dois anos de secas severas na América Central (fenômeno El Niño), climaticamente a região voltou ao normal novamente. Além disso, os preços de safras como café, amendoim, cana-de-açúcar e arroz têm sido favoráveis aos produtores e exportadores.

Entretanto, o mercado de agroquímicos está enfrentando uma forte concorrência de empresas regionais que estabeleceram seus negócios de distribuição, bem como de empresas comerciais estrangeiras que estão causando uma forte concorrência, especialmente em commodities genéricas e em produtos especiais, onde muito valor de mercado foi destruído.

P: Existem produtos ou classes de produtos específicos (herbicidas, inseticidas, fungicidas) que estão em falta?

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JS: Em geral, todos os produtos têm sido disponibilizados pelos diferentes distribuidores, pois não há escassez na China ou na Índia das principais commodities. O único produto em que enfrentamos dificuldades de fornecimento e aumento de preços foi o clorotalonil.

As empresas que previram essa situação e compraram o produto a tempo conseguiram suprir os volumes maiores exigidos pelo mercado de amendoim.

P: Você pode descrever a disponibilidade de crédito? O risco é com distribuidores ou fazendeiros?

JS: A principal fonte de créditos, especialmente para fazendas de médio e grande porte, é o crédito concedido pelos distribuidores. No entanto, devido ao difícil comportamento de pagamento, os créditos foram restringidos e os distribuidores estão cada vez mais selecionando clientes.

Como muitos novos participantes estão entrando no mercado oferecendo produtos e créditos para vender seus produtos, o risco está se transferindo mais para os distribuidores.

P: Há alguma mudança importante nas culturas que esteja influenciando os insumos?

JS: Não, não há mudanças de safra na Nicarágua que estejam influenciando os insumos. A área de safras tem sido estável.

P: Quais são algumas das oportunidades nos mercados da América Central que você atende nas atuais condições comerciais?

JS: Os preços baixos de agroquímicos e fertilizantes, por um lado, e os preços favoráveis para as colheitas beneficiarão os produtores e motivarão o aumento das áreas de produção.

Em relação à Nicarágua, devido aos baixos custos de mão de obra e a fatores como condições climáticas e de solo, é possível uma mudança na produção de banana e abacaxi.

P: Quais IAs ou classes de produtos estão apresentando maior queda de preço?

JS: Principalmente commodities em todas as classes diferentes, como glifosato, 2,4 D, cipmermetrina, mancozeb.

P: Como você espera que o mercado/região se comporte no restante de 2016 e em 2017?

JS: Após 2 anos difíceis, este ano terminará com boas vendas para a maioria das empresas. A expectativa para o próximo ano é positiva em toda a região, pois as condições climáticas e os preços das safras serão favoráveis.

P: O que mais você gostaria de compartilhar sobre sua empresa?

JS: O Grupo Agrosol, localizado no Panamá, representa empresas comerciais alemãs internacionais como Jebsen & Jessen e Wittraco na América Central, Caribe e países andinos, com mais de 10 anos de experiência em vendas e marketing nesses mercados. Nosso portfólio compreende principalmente agroquímicos, fertilizantes e também produtos químicos industriais.

Por meio de nossas empresas representadas, estamos em condições de oferecer suporte em assuntos regulatórios, financiamento e logística.

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