Novo Ministro da Agricultura do Brasil busca acelerar processo regulatório

Katia Abreu

Abreu

Finalmente há sinais concretos de progresso na simplificação do processo regulatório do Brasil agora que a presidente Dilma Rousseff nomeou Katia Abreu, ex-presidente da principal organização de lobby agrícola do país, como Ministra da Agricultura em dezembro. Vista como uma insider interessada em melhorar o diálogo entre o governo e o setor empresarial, particularmente para empreendedores rurais, Abreu tornou prioridade acelerar o processo regulatório notoriamente lento do país. A ideia é consolidar os três órgãos reguladores do Brasil em um, semelhante ao CTNBIO do país – uma contraparte mais eficiente que avalia culturas transgênicas no Brasil.

“A Sra. Abreu conhece muito bem (os problemas com) o processo de registro, pois foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ela fez várias reuniões para entender por que produtos genéricos e novas moléculas demoram tantos anos para serem aprovados, mesmo reduzindo custos para os agricultores”, diz Elaine Lopes da Silva, gerente técnica da consultoria de registro Leisor Registros em São Paulo.

“Estamos esperando muitas mudanças durante este ano e realmente esperamos que ela possa fazer alguma coisa”, disse da Silva FCI. “É crítico, pois neste ano temos várias reavaliações ambientais e toxicológicas que podem causar mais atrasos na avaliação de novos registros de novas moléculas e genéricos.”

De acordo com o Revista O Valor Econômico jornal, o governo brasileiro e o setor privado, representados por empresas de defensivos agrícolas e associações brasileiras de defensivos agrícolas, têm se reunido constantemente ao longo do último ano para apresentar propostas para acelerar os registros. Maria Luiza Castro, diretora técnica da consultoria regulatória CESIS, sediada em Brasília, e inspetora de BPL do Instituto Nacional de Metrologia, diz que uma proposta fundamental é a criação de uma Comissão Técnica Nacional de Defensivos Agrícolas, que seria subordinada à Casa Civil e composta por um certo número de membros técnicos. Assim, dois dos três órgãos reguladores atuais, ANVISA e IBAMA, definiriam parâmetros e requisitos para submissão de produtos, mas não seriam responsáveis pela análise do processo.

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Sob esta proposta, novos produtos seriam avaliados em um primeiro estágio por entidades técnicas, como CROs, universidades e laboratórios, autorizados pelo governo, e depois submetidos à Comissão Nacional para análise final por seus membros. Este procedimento torna possível criar uma lista de matéria-prima e substâncias permitidas e não apenas uma lista de produtos aprovados e negados, acelerando o processo.

Mudanças serão bem-vindas: De acordo com a AENDA, a Associação Brasileira da Indústria de Defensivos Genéricos, nos últimos dois anos, de 1.000 decisões de aprovação pendentes para processos de registro em cada ano, os prazos aumentaram de quatro para cinco anos para uma média de 11,7 anos para obter a aprovação. Mesmo esse número é otimista, acrescenta Castro.

Apesar das dificuldades e atrasos no registro, os números atuais e as projeções futuras mostram que vale a pena investir no Brasil devido ao seu enorme tamanho econômico, diversidade e potencial. Além disso, o país fez progressos significativos na abertura de seus mercados para investimentos, diz Castro. Agora é um alvo principal para o capital norte-americano e europeu, com muitas das maiores empresas do mundo fazendo aquisições estratégicas. “O Brasil possui um potencial considerável de expansão de mercado e vem emergindo e assumindo uma posição excepcionalmente importante para o escopo e valor do mercado internacional de pesticidas”, diz Castro.

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